23 novembro, 2011

Mil e um...

por Shagagraf
         
Quantas são as vezes. Quantos são os momentos. Quantas são as lágrimas, tristezas, angústias, confissões. Entre pensamentos sós, introspetivos, egoístas, altruístas. Mil e uma razões para o grito, a dor, o desespero. Mil e uma razões para neste quarto, meu e só meu, ficar, penetrar e refletir. Perceber quem sou, quem quero ser e quem me é. Mil e um poderia ser um número ao acaso, mas não... contei e vi que de tudo posso falar através deste número tão certo e assertivo. A vida é assim, talvez tenhamos de viver mil e uma vezes para o perceber ou duvidar.
Num mundo tão cheio e ruidoso, existe um quarto calmo, onde tão só me compenetro, viajo e vivo. Somente eu.
Existe um riso, um sorriso... ou mil e um, talvez mais. Partilho-os. Entrego-os. Ofereço-os ao mundo mais belo e próximo deste meu doce quarto. 
                                                              
                                                                 RN 
         

      

2 comentários:

  1. Meu "eu", de mãos dadas à minha hermeticidade, concluíram que meu quarto possui voz, embora somente eu estabeleça um contato compreensível com ele. E é melhor assim!
    Certamente se ele falasse com outras pessoas, elas sairiam estupefatas com a demasia de sentidos que ele partilha comigo todos os dias, principalmente nas noites mais solitárias e escuras do meu âmago.
    Sim, é verdade como deve ter notado pelas palavras (ou não),sorrisos têm me visitado bem pouco como eu gostaria.


    Parabéns pelo texto!

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  2. Obrigada Naná. Gostei muito do teu comentário,assim como do teu blog.
    Por vezes a vida é tão simples e controversa que apenas o nosso quarto nos compreende. Fico feliz pelo meu apenas a mim me compreender, apenas a mim me ouvir... Por vezes penso o quanto seria interessante pôr em prática as palavras de Clarice Lispector:
    «Vou pôr um anúncio em negrito:
    precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente
    porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria e precisa reparti-la.
    Paga-se extraordinariamente bem:
    minuto por minuto paga-se com a própria alegria.»

    Beijinho*

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