Trocas & Manias

Esta página é dedicada a todos nós, que, de uma forma ou de outra, temos os nossos caprichos, teimas e manias. Formas de ser e de estar distintas fazem-nos agir tantas vezes corretamente, como em outras tantas vezes nem um pouco. Culturas e personalidades diferentes, o importante é que todos nos respeitemos igualmente. Chamemos-lhe manias, portugalidades ou estrangeiradas... para mim, pertencem ao leque das inquietudes.

  1. E os piscas?
    Se há coisa que não entendo e que me causa nervos tempestuosos é o facto da maioria dos condutores portugueses desconhecerem a existência dos piscas nos veículos a motor. Pergunto-me qual a dificuldade em indicar que se vai mudar de direcção ou para que direcção se vai? Longos segundos, ou até minutos, à espera num cruzamento ou na entrada de uma rotunda para seguir caminho, sem necessidade. Diria que por quase todas as vezes (senão em todas, excepto quando não há trânsito) estes tempos de espera seriam reduzidos, se todos os condutores cumprissem com o que aprenderam nas aulas de código e condução, utilizando esta 'ferramenta'. Mas talvez tenha de compreender e aceitar este tipo de coisas como uma portugalidade. Sim, «se calhar é isso, somos generosos no nosso vagar. Mesmo quando a única coisa que conseguimos é atrapalhar quem está com pressa», lá disse Pedro Boucherie Mendes a e muito bem.

    a) Cemitério dos Prazeres, Pedro Boucherie Mendes, Oficina do Livro-Sociedade Editorial, Lda., 2011 
  2. Estacionamentos públicos... reservados?
    Acho de um civismo desmedido, quando procuro um lugar para estacionar e vejo um qualquer objeto a guardar aquele desejado espaço livre para aquele que se julga seu proprietário. Ora vejamos, este alegado proprietário tem mil e uma razões para ter este ato de egoísmo: reside na casa em frente ao estacionamento e não tem lugar para estacionar (pobre senhor que se esqueceu de construir/comprar uma garagem); tem o estabelecimento público mesmo em frente ao desejado estacionamento e pergunta-nos, então, como é que os clientes irão parar se não têm onde deixar os carros. No entanto, nos estacionamentos a pagar ninguém reserva, mesmo que seja dono de uma qualquer propriedade em frente ao dito cujo.
  3. Não com valor de Sim.Adoro quando pergunto algo a alguém e a resposta imediata é um Não tão pouco convincente que rapidamente se transforma em Sim. Presumo que apenas queiramos ser do contra, mais que não seja para mostrar que temos personalidade própria e que não somos influenciáveis facilmente. Ou simplesmente para dificultar a vida ao outro, coisa que tanto gostamos. Não é que isto seja mau, afinal as coisas difíceis têm mais valor (diz-se por aí). De qualquer das formas, desafio-vos a apontar as vezes em que se deparam com uma situação destas, muitas vezes nem necessitando de tentativa de convencimento: 'Queres vir comigo às compras?' 'Não. Mas vais sozinha? Então vou contigo.' (aconteceu-me esta semana).
  4. Ultrapassagens em câmara lenta
    Estão com pressa? Trata-se de uma emergência? Sendo assim, mal tenham oportunidade, ultrapassem. O que vos peço é que não me ultrapassem em câmara lenta, por favor. Sentir que tenho um veículo atrás de mim a pressionar-me, faz-me ser solidária e encostar o máximo possível à direita para facilitar a ultrapassagem. O que acho pouco normal é que tenha de diminuir a velocidade para que o respetivo veículo não demore eternidades a voltar à sua faixa de rodagem. Não há quem entenda.
    Já para não falar naqueles que depois de uma ultrapassagem, muitas vezes perigosa, abrandam de uma forma incompreensível, tornando-se um estorvo para o trânsito. Os meus nervos evidenciam-se especialmente nas situações em que estou apressada. Haja paciência!
  5. Pastelaria sem bolos!
    Nunca pensei que fosse possível entrar numa pastelaria com ideias de enganar a fome e deparar-me com uma montra vazia em plena manhã. Quer dizer, não estava totalmente vazia... havia um solitário prato com meia chouriça vermelha! Tentei controlar a minha admiração mas, enquanto bebia um delicioso cafezinho, os meus olhos procuravam fugazmente por um vestígio de pão ou bolo, mas nada. E eu que queria tanto um dos nossos deliciosos pasteis de nata.
  6. Limpezas e limpezas.
    Diversas são as vezes em que se entra num WC (num qualquer estabelecimento público) e nos deparamos com uma limpeza pouco... limpa, diria. O cheiro a lavanda ou a rosas está ativo, de facto ele anda no ar, mas a verdade é que o local em si pouco tem de acabadinho de limpar. Quanto a isto, os meus sinceros parabéns aos responsáveis pelas deliciosas fragrâncias dos produtos de limpeza.
    «No poupar está o ganho» sempre ouvi dizer, então vamos lá poupar também na lixívia, porque o sofrimento para não chorar com ardor nos olhos em determinados WC é enorme e doloroso.
  7. Estacionamentos em segunda fila à moda portuguesa
    E
    sta é outra daquelas situações que gostaria de entender. Ora vejamos, a razão pela qual se estaciona em segunda fila tem que ver com o facto de não haver lugar livre no local indicado para estacionar, e uma vez que o que temos a fazer é coisa rápida, então paramos o carro atrás dos estacionados corretamente. Neste seguimento, pergunto-me então qual a lógica de se estacionar em segunda fila (incorretamente, por sinal) obstruindo a entrada de um lugar livre no local de estacionamento? Imaginam a quantidade de vezes que, ansiosamente à procura de um estacionamento livre, me deparo com uma situação destas? Respeito pelos demais, por favor.
  8. Será que custa dinheiro sermos simpáticos?
    Pergunto-me sobre quais serão as razões para existir tanta gente antipática, mal educada e até arrogante. Se não querem ver, estar ou falar com pessoas, não saiam de casa. É simples. Ou então procurem zonas mais reservadas. Acho incrivelmente ridículo quando pessoas de mal com a vida, optam por ir passear numa tarde de domingo, ou num outro dia qualquer, em zonas de turismo e de grande movimento, onde o contacto e a socialização se tornam inevitáveis. Sabem de antemão o que as espera, então não têm justificação para as tamanhas faltas de humor e de educação que assisto por aí. Parem, escutem e aproveitem para sorrir enquanto é grátis.

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