21 janeiro, 2012

«Tenho dias lindos, mesmo quietinhos»


Sentada numa cadeira entediante, puxando pela imaginação para arranjar o que fazer, eis que entra pela porta adentro um senhor, inglês, com os seus setentas e tal, contagiando todo o escritório com uma energia e um sorriso deliciosos. Sabendo desde logo o motivo da sua visita, pergunto-lhe se está em Portugal há muito tempo. Esta simples pergunta, que fora feita apenas para quebrar o silêncio e ver uma vez mais aquele sorriso cheio de ternura, desencadeou uma conversa de quase hora e meia. 
Confesso que não consegui prestar atenção a todos os detalhes das suas variadas histórias de vida, mas uma coisa é certa: este senhor, cujo nome fiquei sem saber, sentiu-se especial. Eu vi e senti. Vi nos seus olhos, nos seus sorrisos e risadas e no seu entusiasmo. Conseguiu recordar e partilhar momentos da sua vida com alguém que se mostrava minimamente interessada, que ria e sorria com ele das suas aventuras, que fazia perguntas com a curiosidade de saber 'o depois'. A felicidade que senti ao ver a sua generosidade, a partilha e a vontade de ser ouvido foi imensa: a minha manhã teve algo de especial, tanto para mim como para este maravilhoso senhor. Fiz alguém feliz por uns breves momentos de uma forma tão simples. E eu também o fui: Feliz.

Obrigada.

RN

«Tenho dias lindos, mesmo quietinhos»
[Caio Fernando Abreu]

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