11 novembro, 2010

No silêncio...

Sinto um sopro. Um sopro que me relembra aquela vontade de Sentir, de Querer, de Ser. Contagio-me pelo som da chuva a cair e tudo parece mágico. A magia do que vivi, do que vivo e do que sonho viver. A simplicidade da vida é tão complexa que me perco na busca do meu horizonte.
No silêncio desta noite de inverno, ouvindo a chuva bater na janela, mergulho no escuro do quarto e os meus pensamentos atropelam-se sem nada dizerem em concreto. Os meus olhos ardem pela força de guardar sentimentos retidos, momentos vividos e sonhos perdidos. Pergunto-me que horizonte posso eu procurar se várias são as vezes que me perco na busca do meu Ser?
Busco a felicidade, a liberdade e o amor. Coisas inevitavelmente simples e complexas como a própria vida. Esta ironia consome-me, derruba meus pensamentos e minhas convicções.
Quero e não quero, estou e não estou, vou e não vou. Incertezas tão fúteis e tão profundas marcam o meu Ser com dúvidas incessantes. Dúvidas que me levam a desejar aquilo que um dia tive e a querer aquilo que nunca tive. Que incertezas são estas que consomem os meus actos e apoderam-se de meus pensamentos?
Sinto uma nostalgia do meu tempo de criança, em que momentos tão sofridos são hoje relembrados com um sorriso no rosto. Este momento, este som, esta chuva é semelhante às gotas de água que ouvira no meu quarto cor-de-rosa; a mesma cor dos meus sonhos de infância.

RN

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