29 março, 2010

Que bom Pensar...


Sentada no melhor paraíso do mundo, à beira mar, penso e reflicto sobre a minha vida: o que era e o que é hoje.
Olho à minha volta e vejo diferentes cenários: à minha frente um homem (dos seus 70 anos) anda, sozinho, sobre o molhe; ao meu lado esquerdo, um casal felicíssimo procura as melhores fotografias; outros desfrutam do belo dia de sol que está hoje. Tantas pessoas no mesmo sítio e nenhuma a fazer ou a pensar o mesmo. Interessante...
Mas que honra poder pensar. Que riqueza! Que capacidade vantajosa. O pensamento permite-nos tanta coisa. Será o pensamento a chave de muitos segredos? Quando penso consigo criar, alcançar, imaginar, reflectir, chorar, rir, controlar... Consigo controlar, que bom! Significa que consigo controlar emoções.
Nestes últimos tempos tenho optado por uma estratégia (ou não): estando na situação, penso no que verdadeiramente está a acontecer, penso no que me apetece fazer no momento e depois penso nas possíveis e prováveis consequências. Então volto a pensar que mais vale calar, esperar (talvez até dormir sobre o assunto) e só depois agir. Na verdade não sei se resulta. Às vezes sim, outras não. De certa forma, sinto que não estou a ser eu própria. E talvez seja o melhor, é preciso mudar. Mas será que se deve mudar tanto, mesmo sem estarmos 100% de acordo? Dormir sobre o assunto acalma-me: de facto no dia a seguir já não vejo a situação com os mesmos olhos, ou com a mesma importância. Mas realmente tudo continua por se resolver, pelo menos para mim.
É muito difícil fingir que está tudo bem, simplesmente não consigo!
A ansiedade de não saber o que fazer ou como agir consome-me por dentro. É triste quando o que para mim é óbvio para a outra pessoa não é (ou vice-versa). Que sentimentos tão fortes e tão complexos. Que ansiedade! Que angústia! O que a cabeça aconselha, o coração desaconselha. E qual é que está certo? Nem este imenso mar tem resposta para mim. A sua beleza é realmente sublime. Ás vezes gostava de ser um peixinho daqueles coloridos, pequeninos que servisse apenas para completar este belo cenário. Será que os peixinhos também pensam? Acredito que sim, mas de certeza que não são tão complicados como nós, humanos. O ser humano tem uma capacidade inata de tentar simplificar, complicando.
Neste momento oiço as ondas do mar, juntamente com esta brisa e tudo parece fácil e simples. Que paz! Mas quando penso (lá está, o nosso pensamento não pára), sei que quando sair daqui tudo vai ser igual e vou sentir a mesma angústia que sentia ontem quando adormeci e quando acordei esta manhã.
Vou ficar por aqui, a pensar, na tentativa de encontrar forma de controlar a minha vida. Infelizmente não dá para a contornarmos.

RN 27/03/2010

1 comentário: